Crise na saúde no RS exige investimento emergencial de R$ 771 milhões, alerta Famurs

A crise na saúde no RS se tornou uma das maiores preocupações do poder público e das entidades representativas dos municípios, que buscam soluções urgentes para evitar o colapso dos serviços essenciais. Em um cenário agravado pelas recentes enchentes que atingiram o estado e pela alta de casos de doenças como dengue e síndromes respiratórias agudas graves, a Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) entregou ao governo estadual um diagnóstico apontando a necessidade imediata de R$ 771,6 milhões em investimentos. O objetivo é garantir que a população receba atendimento adequado diante da sobrecarga nos sistemas hospitalares e de atenção básica.

Segundo a presidente da Famurs e prefeita de Nonoai, Adriane Perin de Oliveira, a crise na saúde no RS vai muito além das emergências climáticas. Ela ressaltou que os municípios já enfrentavam dificuldades orçamentárias antes das enchentes e que a situação se agravou com a crescente demanda hospitalar. O documento entregue ao secretário-chefe da Casa Civil, Artur Lemos, propõe que os recursos sejam disponibilizados por meio do Fundo do Plano Rio Grande (Funrigs), com foco na reestruturação da rede pública de saúde em todo o território gaúcho.

Entre os principais pontos destacados pela Famurs no enfrentamento da crise na saúde no RS está a necessidade de reabrir leitos do Sistema Único de Saúde que foram desativados em razão das tragédias climáticas. Além disso, a entidade defende a ampliação da capacidade hospitalar, a reposição de recursos perdidos no orçamento dos municípios e o fortalecimento da atenção básica, especialmente em regiões mais afetadas como a Metropolitana e os Vales. A proposta ainda sugere que a distribuição dos recursos considere a população de cada localidade para garantir justiça na alocação dos investimentos.

A crise na saúde no RS também tem gerado impacto direto na vida dos cidadãos, que enfrentam longas filas de espera para atendimentos, superlotação nas emergências e dificuldade de acesso a serviços médicos de urgência. A média de aplicação de recursos em saúde pelos municípios gaúchos é de 22 por cento do orçamento municipal, valor significativamente superior ao mínimo constitucional exigido de 15 por cento. Mesmo assim, essa alocação tem se mostrado insuficiente diante da atual demanda.

O governo do estado se comprometeu a analisar o pedido e apresentar uma contraproposta nos próximos dias. O secretário Artur Lemos afirmou que novas reuniões serão realizadas com outras lideranças para mapear todas as demandas existentes e buscar uma resposta integrada. A crise na saúde no RS exige medidas coordenadas entre esferas municipal, estadual e federal, segundo ele, para que soluções estruturais sejam construídas com rapidez e efetividade.

Outro fator que agrava a crise na saúde no RS é o aumento da incidência de doenças como a dengue, que vem sobrecarregando os serviços de saúde pública. Em diversas cidades, agentes comunitários de saúde relatam a falta de insumos, equipes reduzidas e a impossibilidade de atender toda a população com a agilidade necessária. Essa situação crítica reforça a urgência dos investimentos defendidos pela Famurs como forma de reverter o atual quadro de colapso nos hospitais e postos de saúde.

A proposta da Famurs visa ainda dar mais autonomia aos municípios para que possam contratar profissionais, adquirir equipamentos e garantir a continuidade dos serviços. A crise na saúde no RS, se não for enfrentada com a devida seriedade, poderá deixar sequelas profundas no sistema de atendimento à população, afetando principalmente os mais vulneráveis. A iniciativa da entidade representa um esforço coletivo dos gestores municipais em busca de soluções duradouras.

Diante da gravidade da crise na saúde no RS, cresce a expectativa de que o governo federal também participe ativamente da formulação de políticas públicas emergenciais. A Famurs já indicou que pretende apresentar suas propostas à União para garantir uma força-tarefa que envolva todos os entes da federação. O sucesso dessa articulação será essencial para que a saúde dos gaúchos seja preservada e que o sistema público não entre em colapso total.

Autor: Mikesh Reyniros