Segundo o empresário Aldo Vendramin, as lombadas eletrônicas se tornaram presença constante nas vias urbanas e rodovias brasileiras, gerando discussões acaloradas entre motoristas, autoridades e especialistas em trânsito. Enquanto para alguns elas são instrumentos essenciais para a segurança viária, outros as veem como ferramentas arrecadatórias disfarçadas de prevenção. Essa dicotomia desperta questionamentos sobre a real eficácia desses equipamentos na redução de acidentes e melhoria do tráfego.
Mas será que as lombadas eletrônicas cumprem o que prometem ou apenas alimentam um sistema punitivo? Vamos entender melhor essa questão.
As lombadas eletrônicas realmente reduzem acidentes?
Estudos apontam que as lombadas eletrônicas contribuem para a redução de acidentes, especialmente em trechos críticos. Como alude Aldo Vendramin, ao obrigarem os motoristas a reduzirem a velocidade, esses equipamentos aumentam o tempo de reação e diminuem a gravidade de eventuais colisões. Locais com histórico de atropelamentos, por exemplo, registram quedas significativas no número de ocorrências após a instalação desses dispositivos.
No entanto, há críticas quanto à escolha dos locais onde são instaladas. Muitos motoristas alegam que as lombadas aparecem em trechos sem histórico de acidentes graves, o que levanta suspeitas sobre sua real função. Quando usadas de forma estratégica e transparente, elas se mostram eficazes. Mas, se implantadas apenas para gerar multas, perdem sua credibilidade e reforçam o sentimento de injustiça entre os condutores. A eficácia, portanto, depende da intenção e do planejamento por trás da instalação.
Elas ajudam ou atrapalham o fluxo do trânsito?
Conforme expõe Aldo Vendramin, uma das principais reclamações dos motoristas é que as lombadas eletrônicas causam lentidão no tráfego, principalmente em áreas com tráfego intenso. A obrigatoriedade de reduzir a velocidade em trechos curtos pode gerar retenções desnecessárias, aumentando o tempo de deslocamento e, em alguns casos, até provocando engarrafamentos. Em vias rápidas, isso pode ser ainda mais prejudicial, criando pontos de desaceleração brusca.
Por outro lado, especialistas defendem que o impacto no fluxo é pequeno se comparado aos benefícios em segurança. A redução de velocidade em locais sensíveis, como escolas, hospitais e cruzamentos perigosos, pode salvar vidas sem comprometer significativamente a fluidez. Quando bem posicionadas, as lombadas eletrônicas equilibram segurança e mobilidade. O problema, muitas vezes, está no excesso de dispositivos ou na ausência de sinalização adequada, o que confunde os motoristas e compromete a eficiência do sistema.
O foco é a segurança ou a arrecadação de multas?
A dúvida sobre a real motivação da instalação das lombadas eletrônicas é uma das maiores fontes de polêmica. Muitos condutores acreditam que o objetivo principal é arrecadar recursos através das multas, e não promover a segurança. Essa percepção aumenta quando há excesso de equipamentos em locais de pouco risco ou quando as sinalizações são mal posicionadas. A sensação de “pegadinha” no trânsito gera desconfiança e revolta, minando o propósito educativo dessas ferramentas.
Por outro lado, gestores públicos afirmam que a receita das multas é destinada a investimentos em infraestrutura viária e educação no trânsito. Contudo, a falta de transparência no uso desses recursos alimenta o debate. De acordo com o senhor Aldo Vendramin, a credibilidade do sistema depende da clareza nas intenções e do diálogo com a população. Se o foco for realmente a segurança, as lombadas eletrônicas podem ser grandes aliadas.
Em conclusão, as lombadas eletrônicas têm potencial para salvar vidas e tornar o trânsito mais seguro, desde que aplicadas com critério e transparência. Sua eficácia na redução de acidentes é inegável em locais críticos, mas sua presença em excesso ou em locais inadequados levanta dúvidas legítimas sobre sua real função. Para Aldo Vendramin, o equilíbrio entre segurança e mobilidade deve ser o norte das políticas públicas de trânsito.
Autor: Mikesh Reyniros