Presença feminina em conselhos cresce e torna o RS destaque nacional em diversidade corporativa

A presença feminina em conselhos de administração tem avançado de forma consistente no Brasil, e o Rio Grande do Sul se destaca como o segundo estado com maior representatividade nesse cenário. Um levantamento recente do Evermonte Institute mostrou que 12,8% das mulheres que ocupam cargos em conselhos atuam em empresas sediadas em solo gaúcho. A presença feminina em conselhos ainda é liderada por São Paulo, que concentra 61% das conselheiras, mas o desempenho do RS indica uma mudança positiva no perfil de liderança corporativa no país.

O avanço da presença feminina em conselhos é um reflexo da transformação cultural e estrutural que diversas empresas vêm adotando. No caso do Rio Grande do Sul, mesmo com um ambiente historicamente tradicionalista, as organizações vêm compreendendo a importância de incorporar a diversidade de gênero nos cargos de decisão. Essa evolução contribui não apenas para o equilíbrio institucional, mas também para uma governança mais estratégica e inclusiva. A presença feminina em conselhos se mostra, assim, um indicativo de modernização e abertura para novas perspectivas.

De acordo com a coordenadora da pesquisa, Helena Schröer, o ecossistema empresarial do estado tem amadurecido, favorecendo o surgimento de lideranças femininas. A presença feminina em conselhos representa uma nova etapa para as empresas que estão em transição de modelos baseados na figura do fundador para estruturas mais institucionais. Essa movimentação requer conselheiros com diferentes visões e experiências, e as mulheres têm se mostrado essenciais nesse processo. A inclusão de mulheres em conselhos vai além de uma pauta de equidade — é uma estratégia inteligente de negócios.

Os dados do estudo Women at the Top também apontam para uma tendência nacional de crescimento da presença feminina em conselhos, embora ainda em ritmo desigual. Além do Rio Grande do Sul e de São Paulo, outros estados com representatividade significativa são Paraná, Rio de Janeiro e Santa Catarina. No entanto, esses números ainda mostram o quanto a presença feminina em conselhos precisa ser ampliada em todo o território nacional para que se atinja um patamar de verdadeira equidade.

A metodologia da pesquisa teve duas frentes. Na etapa quantitativa, foram analisados perfis de 98 conselheiros, sendo metade mulheres. Já na etapa qualitativa, foram entrevistadas oito conselheiras que compartilham suas experiências, desafios e conquistas. A presença feminina em conselhos é, portanto, não apenas mensurável em números, mas também rica em histórias inspiradoras que demonstram o valor da diversidade para o desenvolvimento das empresas.

Os benefícios da presença feminina em conselhos são evidentes. Estudos internacionais mostram que a diversidade nos cargos de liderança contribui para decisões mais equilibradas, maior inovação e melhores resultados financeiros. No Brasil, a consolidação da presença feminina em conselhos ainda enfrenta barreiras culturais, mas estados como o Rio Grande do Sul estão provando que é possível acelerar essa transformação. Investir em políticas internas de inclusão e valorização das mulheres é um caminho sem volta para empresas que desejam se manter relevantes.

Outro ponto importante é que a presença feminina em conselhos também serve como referência para jovens profissionais que estão construindo suas carreiras. Ver mulheres ocupando espaços estratégicos inspira novas gerações e contribui para um mercado de trabalho mais justo e competitivo. A educação corporativa, mentorias e programas de liderança feminina são ferramentas essenciais para ampliar essa presença de forma sustentável e contínua.

Em resumo, a presença feminina em conselhos de administração não é apenas uma questão de justiça social, mas uma vantagem competitiva real. O exemplo do Rio Grande do Sul mostra que, mesmo em contextos tradicionalistas, é possível criar ambientes corporativos diversos e inclusivos. A presença feminina em conselhos deve continuar sendo incentivada e fortalecida para que mais estados sigam esse caminho e o Brasil avance rumo a uma governança empresarial mais moderna e representativa.

Autor: Mikesh Reyniros